quinta-feira, 23 de setembro de 2010

LABAN parte III

Harmonia Espacial

Consiste na relação do corpo no espaço. Laban relaciona o corpo com a tridimensionalidade; que seria comprimento, largura e profundidade do corpo, eixos sagital, horizontal e vertical.

Laban sempre buscou executar o movimento da forma mais orgânica possível, através de seqüências, improvisações, para obter uma maior mobilidade, conscientização corporal.

Cinesfera

Consiste em ser o espaço pessoal que envolve o corpo.

A cinesfera é a esfera ao redor do corpo cuja periferia pode ser alcançada através dos membros facilmente estendidos sem dar um passo além do ponto de suporte, quando de pé em uma perna, o que podemos chamar de base de apoio (algumas vezes chamado de lugar). Somos capazes de desenhar o limite de uma esfera imaginária com limite de uma esfera imaginária com nossos pés tanto quanto com nossas mãos..., quando nos movemos para fora dos limites de nossa cinesfera originais, criamos uma nova base de apoio... Nós, é claro, nunca deixamos nossa esfera de movimento, mas a carregamos conosco, como uma aura (FERNANDES, 2206, pg. 183).


Entende-se que cinesfera é o espaço que existe ao redor do corpo, sendo tridimensional, de alcance próximo, mediano e distante.
Segundo Ullmann (1978), tem como exemplo cinesfera pequena, um abraço, pois está relacionada de 10 a 20 cm de distancia do corpo.
Já a cinesfera média, de 30 a 50 cm, e a cinesfera grande a partir de 50 cm.
A distância está associada à projeção que se dá do corpo no espaço.

Padrão Axial

Está relacionada à cinesfera do ator-bailarino, e não a do espaço

Cruz axial do corpo

Está refere o bailarino como o centro das ações.

Cruz axial constante

Refere-se às direções no espacial estabelecidas, mesmo ao mover-se.

Formas cristalinas

Está relacionada às linhas formadas no espaço, durante a movimentação.
Onde Laban escolheu 5 figuras geométricas para a estruturação de sua pesquisa que são:
 O tetraedro;
 O octaedro;
 O cubo;
 O icosaedro;
 O dodecaedro.
Que já foram citados e explanados nas páginas anteriores.

Percurso Espacial

É a trajetória pela qual passa o movimento, conectando-se a dois pontos no mínimo no espaço, podendo ser percurso central, transverso ou periférico.
O primeiro está relacionado a caminhos que irradiam do centro do corpo para o espaço, ou inverso. Ex.: dar um passo para o lado, sai de um ponto fixo (central) para um outro ponto.
O segundo orta pelo espaço entre o centro e a borda cristalina, nunca passando pelo centro nem se fixando na periferia (SHILICKER, 1994; apud MOREIRA, p.g 213; citado por FERNANDES, 2006, pg. 235).
Esta acontece quando envolve 2 ou 3 formas cristalinas.
E a terceira refere-se a extremidade ou a longitude da borda, mantendo-se distante do centro do corpo.

Outros Conceitos e Símbolos de Espaço

Laban durante sua pesquisa, utilizou-se de símbolos para a formação da mesma, segundo Fernandes (2006, pg. 238-239).
Grade Fernandes:
 Pessoa no canto á frente e à direita:
 Pessoa no canto à frente e à esquerda:
 Pessoa no canto atrás e à direita:
 Pessoa no canto atrás e à esquerda:
 Modificadores dos Símbolos de Ponto no Espaço
 Exemplo de Ponto no Espaço – Alto:
 Alto não exato:
 Qualquer direção no nível alto:
 Chegada na área alta:
 Movimento na área alta:
 Movimento em direção à e na área alta:
 Símbolos de Área:
 Símbolo para Área (também usado para partes do corpo):
 Qualquer Área:
 A frente de uma Área:
 O Centro de uma Área:
 Partes Especificas de uma Área:
 Áreas do Palco:
 Identificação de uma Pessoa em relação ao Grupo ou ao Espaço do Palco:
 Pessoa no centro:
 Pessoa à frente
 Pessoa atrás
 Pessoa à direita
 Pessoa à esquerda:

Laban dizia que a dança é a arte dos movimentos do corpo no espaço, em que as evoluções do dançarino constroem uma arquitetura no espaço, cuja estrutura decorre dos significados internos da ação e da emoção (DANTAS, 1999, pg. 47).


Conclui-se que Laban sempre buscou em seu estudo uma melhor compreensão do movimento, desenvolvendo assim leis de harmonia no espaço.
Acredita-se que foi uma busca intensa e de grande enriquecimento para a arte, seus praticantes, ator-bailarino.
Criou mecanismos para explorar o movimento no espaço, em exercícios para obter entendimento de sua técnica e da improvisação, fazendo com que o praticante pesquise a si, re-crie através das formas geométricas, da exploração de um espaço tridimensional, havendo uma expansão do seu repertorio gestual e de uma conscientização corporal do indivíduo.
Em 1958, Laban faleceu na Inglaterra, aos 78 anos.

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