quinta-feira, 23 de setembro de 2010

LABAN - Breve introduçao

RUDOLF VON LABAN E O LABANOTATION

Nasceu na Brastilava (Hungria), em 1879, buscou em suas pesquisas o retorno aos movimentos naturais, à espontaneidade, dando ênfase tanto à parte fisiológica quanto psíquica, desenvolvendo uma notação de movimentos conhecida como Labanotation, realizando uma intensa pesquisa sobre o uso do movimento humano.
Rudolf Von Laban criou o sistema Labanotation, na qual este método é usado por diversas áreas, por seus inúmeros adeptos e praticantes.
Para Laban através deste sistema o praticante se tornaria uma pessoa mais consciente de suas percepções. Almejava que o dançarino explorasse ao máximo as suas possibilidades de movimentação na conquista da harmonia do movimento.
Conforme Petrella (2006), os textos nos quais trata-se de Rudolf Von Laban, abordavam temas como: observação, movimento, percepção e pensamento.
Rudolf Von Laban acoplou em seus estudos as formas geométricas visando com isso desenvolver seus princípios, tendo como figura perfeita o icosaedro, um poliedro de vinte faces, sendo ao mesmo tempo à esfera e o cubo. Baseou-se também em Pitágoras e Platão e na escala musical, para analisar o movimento.
Segundo Roger Garaudy (1997), Laban conheceu Mary Wigman durante a primeira guerra, em Ancona na Suíça, e Kurt Joss, que passaram a ser praticantes de seu método.
Em decorrência do Nazismo, Laban foi obrigado a residir sob vigilância em Stafleberg. Segundo Mommensoh e Petrella (2006), o argumento usado pelo grupo nazista era que entre seus alunos haviam judeus. Com isso Laban saiu da Alemanha.
Conforme Paul Borcier (2001), em 1941 Laban funda o Centro de Modern Educacional Dance, no qual desenvolve seus estudos.
Laban não só estudou o movimento como foi o precursor da reflexão sobre dança. Na qual para compreender sua pesquisa, estudou matemática, física, química, anatomia, fisiologia entre outros conhecimentos que foram necessários para a sua qualificação.
Segundo Maria Cláudia Alves Guimarães (In: Mommensohn e Petrella, 2006), Rudolf Laban recebeu diversas influências, em diversas áreas, para que suprissem suas necessidades, para desenvolver seu método.
Entende-se que Laban foi bem eclético e não se baseou em uma única pesquisa e sim buscou complementar seus estudos em todos os campos que ele achava necessário para complementá-lo.
Conforme Maria Cláudia Alves Guimarães (In: Mommensohn e Petrella, 2006), em 1900 Laban foi para Paris onde estudou arquitetura na Escola de Belas Artes e conheceu Martha Fricke com quem se casou posteriormente, com isso passou sete anos em Paris, onde no decorrer destes teve a oportunidade de assistir inúmeros espetáculos e todas as atividades que envolvessem atores, artistas, bailarinos. Esta época era de efervescente período cultural na cidade, com isso Laban envolveu-se no mundo cultural, o que contribui para suas pesquisas e ideais artísticos.
Acredita-se que Rudolf Laban vivenciou inúmeros procedimentos para enriquecimento de seu método.
Segundo Maria Cláudia Alves Guimarães (In: Mommensohn e Petrella, 2006), Laban tinha contato com outros coreógrafos e bailarinos, como Jaques Dalcroze, mas isso não interferia em seu método, Laban instigava o bailarino para que ele possuísse um imenso vocabulário explorando movimentos, despertando a criatividade, para que não restringisse sua movimentação, entende-se que para este o bailarino deveria conquistar uma harmonia do movimento e não uma superação dos limites físicos.

Laban não se preocupava somente com a cultura do físico, mas também com o desenvolvimento artístico, acreditando que somente por meio da exploração dos limites só corpo e do poder da arte o homem poderia alcançar sua liberdade individual, do espírito sem limites. (GUIMARÃES, 2006, p.42)


Entende-se que seu método faz com que o indivíduo explore seus movimentos dando um rico vocabulário, onde a partir desse método o bailarino pode responder a inúmeras exigências solicitadas.
Após inúmeras pesquisas Rudolf Laban desenvolveu um sistema chamado de Labanotation, na qual além de melhorar a movimentação, o praticante executa com menos esforço físico, seus adeptos são de inúmeras áreas.
Laban tinha uma grande preocupação com o corpo, por isso acreditava que o indivíduo deveria perceber seu corpo e sua relação com o espaço, defendendo a movimentação natural do ser.

Laban criou um importante método para a análise do movimento humano, em que espaço, tempo, peso e energia são os parâmetros principais. Desenvolveu uma concepção de espaço a partir da figura da cinesfera- esfera englobando o espaço de proximidade do corpo em movimento, cujo centro corresponde ao centro de gravidade do corpo (DANTAS,1999, p. 47)

Com isso Rudolf Laban, através de seus estudos fez com que as pessoas repensassem a dança, a qualidade de vida, o auto-conhecimento, a sensibilidade, o corpo e um perceber interno e externo, que só tem a contribuir com o indivíduo em sua totalidade.

Por não aceitar o vazio existente nas peças de teatro e dança dessa época, trouxe para seu trabalho o resultado das próprias paixões e lutas interiores e sociais, representadas por personagens simbólicas ou estados de espírito puro, vividos através do movimento, utilizado de maneira mais espontânea e sempre como resultado consciente da união corpo-espírito (VIHANN, 1978, p. 9).


Laban, fez uma intensa pesquisa sobre o uso do movimento a fim de realizar movimentos com o mínimo de esforço possível, através das reflexões, da pesquisa corporal, da criticidade. Em sua pesquisa Laban, recebeu diversas influências segundo Fernandes (2006), como das danças africanas, indígenas, folclóricas, entre outros que de alguma forma contribuíram para a sistematização de seu método, o Labonotation. Entendo que este buscou inúmeros meios para complementar seu trabalho, anseios, tanto na parte fisiológica quanto na psíquica, ou seja, uma intensa pesquisa dedicada ao estudo do movimento humano.
A partir dessa pesquisa alguns paradigmas são rompidos como a separação de corpo enquanto sentimentos, sensações e mente como razão, promovendo um diálogo entre as partes.
Laban desenvolveu leis de harmonia no espaço, onde espaço, peso, tempo e energia são fatores de expressividade, que foram desenvolvidas a partir da figura geométrica do icosaedro.
O termo espaço, está relacionado à trajetória pela qual o movimento percorre, desde quando começa até quando termina. Com isso aparece a cinesfera, que é o espaço em que o corpo se move, onde seu alcance é dado através de sua extensão, flexão do seu corpo.
Segundo Fernandes (2006), é o espaço pessoal em que o corpo é envolvido.

A cinesfera é a esfera ao redor do corpo cuja periferia pode ser alcançada através dos membros facilmente estendidos sem dar um passo além do ponto de suporte, quando de pé em uma perna o que podemos chamar de “base de apoio” (algumas vezes chamado de lugar). Somos capazes de desempenhar o limite de uma esfera imaginária com nossos pés tanto quanto com nossas mãos... Quando nos movemos para fora dos limites de nossa cinesfera original, é claro, nunca deixamos nossa esfera de movimento, mas a carregamos conosco, como uma aura (FERNANDES, 1976:10, p. 183).


O espaço, refere-se à atenção em que o individuo dá ao mover-se, tendo foco direto e indireto. O foco direto está relacionado a um único ponto, foco consciente de meu espaço, objetivo, mira, alvo, sei onde quero ir, todo meu corpo canaliza-se ao ponto escolhido (Fernandes, 2006). E o foco indireto é quando existem diversos pontos ao mesmo tempo, atento a todo espaço ao meu redor. Todos os pontos ao mesmo tempo meu corpo move-se consciente de muitos simultâneos pontos céu repleto de estrelas (Fernandes, 2006).
Peso, é a quantidade de força utilizada para realizar o movimento, como forte, pesado, leve, fraco. Segundo Fernandes (2006), o fator peso está relacionado às mudanças de força usada para mover o corpo
Com isso o peso está relacionado à intenção de como a força é utilizada, sua intensidade. “Sou carregado pelo ar quase que contra a gravidade, minhas células são leves plumas” (FERNANDES, 2006, p. 134).

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