segunda-feira, 25 de outubro de 2010

História da dança (parte II)

OS PROFISSIONAIS DA DANÇA

Os primeiros organizadores e participantes de balés eram personagens da corte, a não ser os acrobatas e funâmbulos. Depois da morte de Luís XII, em apenas 30 anos os profissionais eliminaram completamente os amadores.

A INVENÇÃO DA DANÇA CLÁSSICA

A morte de Luís XVIII marca o fim de uma sociedade, de uma cultura. Procurava-se uma nova forma de espetáculo dançado e uma técnica mais específica que as danças de corte. Trinta anos foram suficientes para que Beauchamps conseguisse definir o essencial desta técnica.

A ÓPERA ITALIANA É RECHEADA DE BALÉS

Após a morte de Luís XVIII (1643), a regente Ana d’Áustria nomeou o italiano Mazarino como 1 ministro. Durante este período não foram compostos balés de corte notáveis, em razão das pertubações na corte e das tentativas de Mazarino de habituar nas festas um espetáculo italiano; a ópera. Em 1645, manda um grupo italiano representar a Finta Pazza, que marca uma data importante, pois a partir desta representação o balé de corte acentua a utilização de máquinas para produzir efeitos quase sobrenaturais e alcançar o virtuosismo cenográfico. Através do balé de corte, o gosto pelo espetáculo grandioso passará à ópera e ao teatro. Em Les Noces de Pélée et de Thétis, uma ópera acompanhada por um balé mal integrado na ação, o jovem rei, Luís XIV, dança 6 entrées, a primeira no papel de Apolo. Em menos de vinte anos a ópera francesa será um espetáculo total. Em 1622 é apresentado Hercule Amoureux no casamento do rei, a qual marca o fim da ópera italiana na França.

A SOBREVIVENCIA DO BALÉ DE CORTE

O balé de corte volta à moda, e em 1651 o rei debuta aos 13 anos como dançarino. Desde muito cedo ele toma aulas de dança todos os dias e as pratica. No Ballet de la nuit o tema principal é a adulação do rei, onde se alternam dança majestosa, dança pitoresca, até a cômica. No final, o rei triunfa como sol ascendente, magnificado sobre a máquina. É a primeira vez que ele desempenha este papel, do qual será titular em todos os balés seguintes. A partir de 1673 o balé de corte desaparecerá gradualmente. Estará morto no final do século, e a dança clássica reinará sozinha.

A DANÇA CLÁSSICA, FILHA LEGÍTIMA DE LUÍS XIV

A sociedade da corte cai na inação erguida em sistema pelo soberano, o qual dita à vontade de dominar estritamente a nobreza. Surge uma arte artificial e rigorosa em que o gesto tem mais importância que a emoção que o produz. Há ruptura entre interioridade e exterioridade, o que explica o fato de a dança clássica ter um repertório de gestos sem significado. A expressão individual, natural, são recusadas por uma ordem estabelecida com desejo de perenidade.

A ACADEMIA REAL DE DANÇA

Em 1661 Luís XIV funda a Academia Real de Dança, onde a missão seria conservar. Nenhum espetáculo de dança novo pode ser apresentado antes de ser aprovado pelos acadêmicos. Porém, a Academia não cumprirá sua missão, e em 1780 cessará suas atividades.

BEAUCHAMPS, MESTRE DE DANÇA DA FRANÇA

Beauchamps teve um papel decisivo na elaboração e codificação da técnica clássica. Foi ele quem definiu as cinco posições básicas. Infelizmente, nada escreveu ou publicou. Em 1650 se tornou professor de dança do rei. Beauchamps tinha uma grande competência musical. Em 1671, Moliere o contratou para coreografar e reger a música de psyché. Trabalhou em todos os balés de corte a partir de 1655 e em todas as comédias – balé de Moliere.
Beauchamps quer impor a dança uma organização reconhecida universalmente. Seu sistema tende a beleza das formas, a rigidez. A partir de 1672, a criação da Academia Real de Música e Dança garantirá a profissão de dançarinos, com rendas fixas.
Beauchamps trabalha a partir dos passos de dança de corte, atribuindo-lhes uma beleza formal. Trata-se de tomar um movimento natural, levá-lo ao máximo de seu desenvolvimento, ao mesmo tempo em que o torna artificial.

MOLIERE INVENTA A COMÉDIA – BALÉ

Faltava definir o modo de aplicação da técnica clássica: encerrá-la no artificial da ópera, torná-la formal ou fazê-la exprimir os sentimentos do homem, ou seja, balé de dança pura ou balé de ação. Moliere propôs à segunda. Ao misturar a dança e a comédia ele seguia o costume dos autores de comédias de seu tempo, mas do seu jeito. Moliere e seus atores contratavam dançarinos para dançarem suas comédias – balé. Nas tragédias do teatro, também teve dança, música e máquinas. Na procura de um teatro total houve um paralelo entre balé de corte e obra dramática por um curto espaço de tempo.
A primeira comédia – balé de Moliere é “Os impertinentes” criada em 1661. A música e a coreografia são de Beauchamps, a courante, cantada e dançada por Lysandre, é de Lully. Constitui-se trio que participará de quase todas as comédias – balé de Moliere. A grande novidade é o fato de o balé ser “costurado” ao assunto da peça, agora o balé participa da ação. As outras comédias – balé de Moliere:
1664 - O casamento forçado
1664 – A princesa de Elide
1665 – O amor médico
1667 – A pastoral cômica
1668 – George Dandin
1669 – M. de Pourceaugnac
1670 – Os magníficos amantes – Nesta peça, o rei dançava Netuno e Apolo, na qual despediu-se do palco, não por motivo de idade, pois tinha apenas 32 anos. Não se sabe o motivo do abandono prematuro de um de seus divertimentos favoritos.
1670 – O burguês gentil homem
1671 – Psyché
1671 – A condessa de Escarbagnac
1673 – O doente imaginário
Em 1673 Moliere morre de hemorragia pulmonar.

LULLY: A DANÇA TORNA-SE DIVERTIMENTO

Pierre Perrin e Robert Cambert tiveram o privilégio de abrir uma Academia Real de Música, que logo teve de ser fechada por dificuldades financeiras. Lully comprou a parte de Perrin e abriu sozinho a Academia Real de Música e Dança.
Lully agradou ao rei e com ele dançou o Ballet de la nuit. Foi nomeado superintendente da música. Logo montou, com a ajuda de Beauchamps, Les Fete de L’amour et de Bacchus, e abandonou seu teatro mal adaptado. Conseguiu do rei o teatro do Palais-Royal, reformado por Moliere para montar Psiché, e expulsou de lá o grupo do autor morto.
A obra Le Triomphe de L’amour foi apresentada em 1681 no Palais-Royal. Pela primeira vez, bailarinos profissionais representaram num palco. Nesta peça surge a solista senhorita de La Fontaine. Além e dançar sozinha, também compunha seus antrées. A senhorita de La Fontaine fez sucesso até 1696.
Lully não colaborou para a evolução da dança, pelo contrário, confinou-a a ser apenas ornamentação das óperas. Só se preocupava em agradar o rei, e não modificava as regras de um espetáculo que sempre teve sucesso.
As pessoas dançavam em trajes urbanos, com penachos, perucas e máscaras, as mulheres de salto alto e vestidos de corte, o que não facilitava a velocidade e elevação. Ainda reinava a dança mecânica, sem expressão, a qual só apareceu com Noverre.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Bourcier, Paul. História da Dança no Ocidente, 2 ed. SP: Martins Fontes, 2001.
Caminada, Eliana. História da Dança.
Mendes, Miriam G. A Dança.
Portinari, Maribel. Historia da Dança. 2 ed. RJ:Nova Fronteira, 1989

obs.: realizado por Carmen H.

Historia da dança (parte I)

O Renascimento

O renascimento irradia-se da Itália para o resto da Europa em 200 anos. É na Itália que se inicia a formação de uma sociedade cortesã. Acreditava-se que o corpo e o espírito devem formar um todo harmonioso.
Desde o século XII a dança d corte metrificada se separa da dança popular.
Quase todos os mestres de dança eram de origem judaica. Falavam várias línguas, conheciam a música a fundo e tocavam diversos instrumentos.
É de Domenico de Piacenza ou de Ferrara, o primeiro tratado de dança: De arti saltandi et choreas ducendi ( A arte de dançar e dirigir coros), dividido em 2 partes: uma gramática do movimento: métrica, comportamento, memória, percurso, aparência. A segunda parte enumerava passos fundamentais, 9 naturais e 3 acidentais: scempio (simples), doppio (duplo), ripresa (retomada), continenza (parada), reverenza (reverencia), mezzavolta (meia-volta), volta tonda (volta completa), movimento (elevação), e salto (salto). Os acidentais: scorza (passo lateral rápido), frappamento (batida), cambiamento (pirueta).
Cesare Negri escreveu Nuove Invenzione di Balli, onde encontram-se passos novos como o trango (meia ponta), salto da fiocco, espécie de jeté girando. Preconizou os piedi in fuore, inicio do em dehors. Caroso, em seu tratado, IL Ballerino, apresenta uma nomenclatura de passos: cabriolas, spezzata inaria, entrechat, pás de bourrée, salto tondo in ária (giro no ar), pirlotto (pirueta) e groppo, coupé.

A DANÇA DE CORTE

É evidente a influencia cultural da Itália do século XVI, nas artes.
Tolouze sublinha a basse danse (baixa dança). Dança de casais, exclui os saltos e emprega muitos passos. Importam-se danças da Espanha e da Itália. Tratava-se de danças comuns nos bailes de corte, faltava organizá-las em espetáculo. Os organizadores de balé tinham as danças de corte a disposição. A baixa dança desapareceu em meados do século XVII. O balé de corte foi organizado em torno de uma ação dramática. Um outro elemento é a dança geométrica de solo, nitidamente identificáveis, pois os balés eram vistos do alto. Terceiro elemento: as entrées ou árias, cuja dança era livre ou improvisada, com mímica e acrobacia.
No inicio do balé de corte não havia profissionalismo, onde dançavam cortesãos, com freqüência da classe alta. Aos poucos aparecem bailarinos profissionais. Em 1670, os amadores são eliminados do palco.

A FILIAÇÃO DO BALÉ DE CORTE

Durante a Renascença houve muito intercambio entre os homens da França e da Itália, e a cultura coreográfica chegou a parecer comum, como se pode notar no Ballet comique de la reine: o autor é italiano, mas o gênero, a técnica de representação e a ação coreográfica são franceses. Mas antes do balé Frances se desenvolver por completo, podia-se perceber que o balé era importado da Itália se falando de técnica.
AS TENTATIVAS

Em 1564 surge o primeiro balé de corte com seus elementos constituintes, dança, música, poesia, cenário com máquinas, ligados a uma ação dramática.

BALÉ COMICO DA RAINHA

Em 1581 é criado o Ballet comique de la reine por Beaujoyeux, o mais conhecido balé de corte. Beaujoyeus percebeu que a lógica do balé de corte era a de um “teatro total”. “Não se deve atribuir tudo ao balé sem prejudicar a comédia... Assim, animei e fiz falar o balé e retumbar a comédia e, acrescentando representações e ornamentos ricos, raros, posso dizer te contentado, em um corpo bem proporcionado, os olhos, os ouvidos e a compreensão”.
O rei e a rainha ficaram sob um dossel no fundo da sala e ao redor, o público. Na extremidade da sala, o espaço cênico: não havia cenário, e sim os jardins pintados no mesmo plano. Começava o balé que deveria durar cinco horas e meia. Não se sabe ao certo que tipo de dança foi utilizado, mas é quase certo que foi extraída do repertório de danças de corte, a dança geométrica foi utilizada no final da obra. O espaço só era utilizado nas quatro direções perpendiculares dos cantos da sala, atualmente se utiliza oito direções, as perpendiculares e as diagonais.
A partir do advento de Henrique IV, o balé de corte floresce; de 1594 a 1610, são descobertos traços de 156 balés ou mascaradas. Neles predominam dança, música e poesia. No plano da cenografia, houve umáa inovação importante em Ariméne: os cenários foram pintados sobre as superfícies de pentágonos; sua manobra operada por um maquinista debaixo deles, permitia mudanças visíveis aos espectadores.
No Ballet d’Alcine, procura-se, pela primeira vez, alternar cenas nobres com cenas cômicas. Há progresso na cenografia: utiliza-se telas com contrapesos e chassis rolantes. Os bailarinos ainda são vistos no mesmo plano diante do cenário e não dentro dele, O balé recitativo substitui a dclamação. O balé falado está morto.

O BALÉ DE MINERVA

Acontecem inovações: é substituído o recitativo por coros. No plano coreográfico, o balé de corte atinge a maturidade. As entradas e saídas dos bailarinos se fazem por aberturas reais do cenário. Os bailarinos movimentam-se dentro do cenário.

O BALÉ BARROCO

Os balés mitológicos se sucedem em meio a balés burlescos na abundante produção coreográfica da época de Luís XVIII. Luís XVII apreciava muito os balés. Participava deles como ator (ele gostava dos papéis de grotescos mal vestidos e dos de mulheres).

O BALÉ DE CORTE FORA DA FRANÇA

A partir de 1600, o balé de corte foi limitado na Itália, e em seguida em todas as cortes da Europa. Dançava-se a moda francesa, com temas idênticos. Na Inglaterra, estão na moda músicos e professores de dança franceses.

O BALÉ DE CORTE FORA DA CORTE

A moda do balé de corte logo saiu do contexto da corte. Dançava-se nas casas dos nobres, nos grandes casamentos, nas entradas solenes nas cidades.
É curioso o hábito dos jesuítas de dançarem em seus colégios, balés exatamente calçados nos balés de corte. Mandava encenar tragédias em latim ou em Frances como exercício escolar. A dança era pouco utilizada. Foram os únicos a praticá-la no século XVII. As faculdades da Universidade ignoravam-na, os oradores condenavam-na com nuances.


FONTE:Na segunda parte...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

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