segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Historia da dança (parte I)

O Renascimento

O renascimento irradia-se da Itália para o resto da Europa em 200 anos. É na Itália que se inicia a formação de uma sociedade cortesã. Acreditava-se que o corpo e o espírito devem formar um todo harmonioso.
Desde o século XII a dança d corte metrificada se separa da dança popular.
Quase todos os mestres de dança eram de origem judaica. Falavam várias línguas, conheciam a música a fundo e tocavam diversos instrumentos.
É de Domenico de Piacenza ou de Ferrara, o primeiro tratado de dança: De arti saltandi et choreas ducendi ( A arte de dançar e dirigir coros), dividido em 2 partes: uma gramática do movimento: métrica, comportamento, memória, percurso, aparência. A segunda parte enumerava passos fundamentais, 9 naturais e 3 acidentais: scempio (simples), doppio (duplo), ripresa (retomada), continenza (parada), reverenza (reverencia), mezzavolta (meia-volta), volta tonda (volta completa), movimento (elevação), e salto (salto). Os acidentais: scorza (passo lateral rápido), frappamento (batida), cambiamento (pirueta).
Cesare Negri escreveu Nuove Invenzione di Balli, onde encontram-se passos novos como o trango (meia ponta), salto da fiocco, espécie de jeté girando. Preconizou os piedi in fuore, inicio do em dehors. Caroso, em seu tratado, IL Ballerino, apresenta uma nomenclatura de passos: cabriolas, spezzata inaria, entrechat, pás de bourrée, salto tondo in ária (giro no ar), pirlotto (pirueta) e groppo, coupé.

A DANÇA DE CORTE

É evidente a influencia cultural da Itália do século XVI, nas artes.
Tolouze sublinha a basse danse (baixa dança). Dança de casais, exclui os saltos e emprega muitos passos. Importam-se danças da Espanha e da Itália. Tratava-se de danças comuns nos bailes de corte, faltava organizá-las em espetáculo. Os organizadores de balé tinham as danças de corte a disposição. A baixa dança desapareceu em meados do século XVII. O balé de corte foi organizado em torno de uma ação dramática. Um outro elemento é a dança geométrica de solo, nitidamente identificáveis, pois os balés eram vistos do alto. Terceiro elemento: as entrées ou árias, cuja dança era livre ou improvisada, com mímica e acrobacia.
No inicio do balé de corte não havia profissionalismo, onde dançavam cortesãos, com freqüência da classe alta. Aos poucos aparecem bailarinos profissionais. Em 1670, os amadores são eliminados do palco.

A FILIAÇÃO DO BALÉ DE CORTE

Durante a Renascença houve muito intercambio entre os homens da França e da Itália, e a cultura coreográfica chegou a parecer comum, como se pode notar no Ballet comique de la reine: o autor é italiano, mas o gênero, a técnica de representação e a ação coreográfica são franceses. Mas antes do balé Frances se desenvolver por completo, podia-se perceber que o balé era importado da Itália se falando de técnica.
AS TENTATIVAS

Em 1564 surge o primeiro balé de corte com seus elementos constituintes, dança, música, poesia, cenário com máquinas, ligados a uma ação dramática.

BALÉ COMICO DA RAINHA

Em 1581 é criado o Ballet comique de la reine por Beaujoyeux, o mais conhecido balé de corte. Beaujoyeus percebeu que a lógica do balé de corte era a de um “teatro total”. “Não se deve atribuir tudo ao balé sem prejudicar a comédia... Assim, animei e fiz falar o balé e retumbar a comédia e, acrescentando representações e ornamentos ricos, raros, posso dizer te contentado, em um corpo bem proporcionado, os olhos, os ouvidos e a compreensão”.
O rei e a rainha ficaram sob um dossel no fundo da sala e ao redor, o público. Na extremidade da sala, o espaço cênico: não havia cenário, e sim os jardins pintados no mesmo plano. Começava o balé que deveria durar cinco horas e meia. Não se sabe ao certo que tipo de dança foi utilizado, mas é quase certo que foi extraída do repertório de danças de corte, a dança geométrica foi utilizada no final da obra. O espaço só era utilizado nas quatro direções perpendiculares dos cantos da sala, atualmente se utiliza oito direções, as perpendiculares e as diagonais.
A partir do advento de Henrique IV, o balé de corte floresce; de 1594 a 1610, são descobertos traços de 156 balés ou mascaradas. Neles predominam dança, música e poesia. No plano da cenografia, houve umáa inovação importante em Ariméne: os cenários foram pintados sobre as superfícies de pentágonos; sua manobra operada por um maquinista debaixo deles, permitia mudanças visíveis aos espectadores.
No Ballet d’Alcine, procura-se, pela primeira vez, alternar cenas nobres com cenas cômicas. Há progresso na cenografia: utiliza-se telas com contrapesos e chassis rolantes. Os bailarinos ainda são vistos no mesmo plano diante do cenário e não dentro dele, O balé recitativo substitui a dclamação. O balé falado está morto.

O BALÉ DE MINERVA

Acontecem inovações: é substituído o recitativo por coros. No plano coreográfico, o balé de corte atinge a maturidade. As entradas e saídas dos bailarinos se fazem por aberturas reais do cenário. Os bailarinos movimentam-se dentro do cenário.

O BALÉ BARROCO

Os balés mitológicos se sucedem em meio a balés burlescos na abundante produção coreográfica da época de Luís XVIII. Luís XVII apreciava muito os balés. Participava deles como ator (ele gostava dos papéis de grotescos mal vestidos e dos de mulheres).

O BALÉ DE CORTE FORA DA FRANÇA

A partir de 1600, o balé de corte foi limitado na Itália, e em seguida em todas as cortes da Europa. Dançava-se a moda francesa, com temas idênticos. Na Inglaterra, estão na moda músicos e professores de dança franceses.

O BALÉ DE CORTE FORA DA CORTE

A moda do balé de corte logo saiu do contexto da corte. Dançava-se nas casas dos nobres, nos grandes casamentos, nas entradas solenes nas cidades.
É curioso o hábito dos jesuítas de dançarem em seus colégios, balés exatamente calçados nos balés de corte. Mandava encenar tragédias em latim ou em Frances como exercício escolar. A dança era pouco utilizada. Foram os únicos a praticá-la no século XVII. As faculdades da Universidade ignoravam-na, os oradores condenavam-na com nuances.


FONTE:Na segunda parte...

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